Sessão – Química – 2018

Estudante: Carolline Schreiber

Título: Estudo da descoloração e degradação de corantes reativos através da ação de novas peroxidases

Resumo: A poluição ambiental, principalmente das águas, é hoje um dos grandes desafios para a ciência, pois a minimização ou até mesmo a eliminação da poluição requer um aperfeiçoamento nos procedimentos atualmente realizados. Na região do Vale do Itajaí, uma região onde a indústria têxtil possui grande destaque, um dos principais contaminantes dos efluentes têxteis são os corantes, utilizados amplamente no tingimento do tecidos. A utilização de enzimas para tratar estes efluentes têm ganho cada vez mais espaço na indústria, com isto, este projeto objetiva desenvolver metodologia para a degradação dos corantes reativos utilizados nos processos de tingimento da indústria têxtil através do uso das enzimas TfuDyP e SviDyP pertencente a classe das peroxidases. Foram realizados testes iniciais de 30 minutos contendo corante, peróxido de hidrogênio, enzima característica e tampão (pH 3, 4, 5 ou 7). Estes testes mostraram bons resultados, principalmente para os pH’s 3 e 7, obtendo-se índices de degradação de 100% para alguns casos. Com isto, testes em tempos reacionais maiores buscando maiores degradações foram aplicados. Análises de 2 horas geraram resultados dúbios e, por isto, foram aplicados novos testes em 12 horas utilizando somente os tampões pH 3 e pH 7 e adicionando-se enzima e peróxido de hidrogênio a cada 4 horas. A utilização da luz UV não mostrou-se efetiva para o auxílio da degradação na maioria dos casos nas reações de 30 minutos e 2 horas, pois resultados similares foram obtidos com ou sem a exposição da reação a luz UV, com isto, para os novos testes esta não foi utilizada. Os melhores resultados até o momento para as reações de 12 h foram utilizando pH 3 obtendo índices de degradação de aproximadamente 85% para os corantes testados. Novos testes neste mesmo tempo reacional mas com novos corantes devem ser realizados.


Estudante: Franklin Matheus França de Souza

Título: Desenvolvimento de Dispositivo Eletroquímicos em Papel para Detecção de Analitos em Amostras Biológicas

Resumo: Nos últimos anos, a sociedade vem buscando cada vez mais por uma vida mais saudável, e esse comportamento tem atraído o desenvolvimento de tecnologias voltadas para a área da saúde. A instrumentação analítica em papel para construir dispositivos de análise miniaturizados atende a busca por um material de baixo custo, abundante e versátil para o desenvolvimento de dispositivos portáteis e descartáveis. Frente à difusão do papel enquanto matriz para diversos tipos de análise, aliado a grande demanda de corantes pela sociedade, juntamente aos potenciais riscos socioambientais oferecidos por estes composto, o presente trabalho avaliou diferentes tipos de papel (papel pardo, cartolina, papelão e papel filtro) propondo o desenvolvimento de um dispositivo eletroanalítico para avaliar a genotoxicidade de corantes têxteis. Para a confecção dos eletrodos, hidrofobizadas as superfície de diferentes tipos de papel pela deposição de parafina (giz de cera), e foram testadas quatro metodologias de deposição de carbono sobre o papel, e observou-se a facilidade em adequar a plataforma de papel para os ensaios referente à sua hidrofobicidade, porém a dificuldade em tornar a superfície condutora de maneira consistente. Em um segundo momento, empregou-se um sistema modelo usando eletrodos de pilha como base de carbono, a fim de avaliar um sistema que poderá ser transferido para plataforma de papel. Desenvolveu-se sobre o eletrodo de pilha uma metodologia para avaliação da genotoxicidade de substâncias em meio aquoso. O sensor de DNA foi obtido através da formação de um filme de nanopartículas de ouro estabilizadas em kappa-carragena. Sobre a superfície do eletrodo modificado foram imobilizadas por adsorção física, moléculas de DNA e o azul de metileno, que foi usado como sonda eletroquímica. O método proposto baseia-se na supressão voltamétrica do sinal da sonda após incubação do sensor com amostras de corantes têxteis.


Estudante: Gabriele Smanhotto Malvessi

Título: Desenvolvimento de imunossensor eletroquímico para detecção de biomarcador para diagnóstico de câncer de próstata

Resumo: Câncer é a denominação de um conjunto de mais de 100 doenças distintas, que têm em comum o crescimento anormal e descontrolado de células. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o câncer é a segunda maior causa de morte por doença no mundo. Entre os homens, o câncer de próstata (CP) é o tipo de câncer que apresenta maior incidência. Dentre as metodologias alternativas para detecção de CP, destacam-se os imunossensores para determinação do antígeno prostático específico (Prostate-Specific Antigen – PSA), os quais podem contribuir para o diagnóstico precoce da doença de uma maneira rápida e menos invasiva para o paciente. O antígeno PSA atua como um biomarcador do CP. Por esta razão, o objetivo deste trabalho foi desenvolver um novo imunossensor eletroquímico não marcado (label-free) para detecção de PSA. Um eletrodo de grafite foi construído artesanalmente utilizando bastões de grafite retirados de pilhas comuns descarregadas (denominado EP). Para obtenção do imunossensor, o EP foi modificado com: corante vermelho de metila como sonda redox, e nanopartículas de ouro estabilizadas em Kappa Carragena (AuNP-KappaC) para imobilização de anticorpos (Ab-PSA). Vários parâmetros experimentais foram otimizados, tais como tempo de imobilização dos anticorpos de 30 min e incubação na amostra (contendo PSA) de 20 min. Então, uma curva de calibração relacionando a supressão da corrente da sonda redox em função da concentração de PSA foi obtida na faixa de 0,015 a 50,0 ng/mL. Desta forma, o imunossensor proposto apresentou uma faixa linear ampla e que abrange a concentração crítica de PSA no soro sanguíneo (4 ng/mL), acima da qual indica a possibilidade de câncer de próstata. Vários estudos ainda se fazem necessários para aplicação do dispositivo em análises de amostras reais, mas considera-se que os resultados obtidos até o momento são bastante promissores.